(Sosígenes Costa)
A noite vem do mar cheirando a cravo.
Em cima do dragão vem a sereia.
O mar espuma como um touro bravo
e como um cão morde a brilhante areia.
A noite vem do mar cheirando a cravo.
Com palidez de lírio, a lua cheia
surge brilhando e a água do mar prateia
e o mar cintila como um pombo flavo.
O odor de cravo pela noite aumenta.
A noite, em vez de azul, está cinzenta.
Sente-se o aroma até o lupanar.
O mar atira no rochedo a açoite.
Aquele aroma aumenta pela noite.
É o cravo que o dragão trouxe do mar.
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