A foto é ruim, é verdade, foi de celular, mas seu mote é assaz interessante: trata-se do projeto "poesia no metrô" da cidade de São Paulo. Em algumas estações, paredes inteiras são tomadas por um poema de Fernando Pessoa, Vinicius de Moraes entre outros. Um projeto simples, bonito, enriquecedor e que vale à pena ser copiado, recriado e levado adiante. Fica a inspiração e o poema ilegível na foto:
O Mistério Das Cousas
(Fernando Pessoa - Alberto Caeiro)
O mistério das cousas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das cousas
É elas não terem sentido oculto nenhum,
É mais estranho do que todas as estranhezas
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as cousas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: –
As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas.
Bela ideia.
ResponderExcluirSe um dia o metrô de Salvador sair, pode-se reutilizar essa ideia na Cidade da Bahia.
Saudades. Bom te ver abrindo os olhos para as coisas da minha cidade!
ResponderExcluirBj